Para inaugurar o blog Cem Opiniões, nada melhor do que falar de um dos temas que mais aflige os brasileiros: Educação. Já ouvi muitos professores se queixarem do comportamento dos alunos, sua falta de motivação, indisciplina e desinteresse pelo conteúdo. Em contrapartida, muitos alunos reclamam da falta de competência dos professores e monotonia das aulas. Afinal, quem tem razão? Como resolver isso?
Vamos analisar do princípio: Há algumas décadas, o sistema de ensino vivia seu regime austero. Se você tem mais de 30 anos, já deve ter escutado histórias de torturas na sala de aula quando os alunos não cooperavam com o professor. Além disso, existia a figura do inspetor: uma pessoa que, sem data ou hora prevista, invadia a aula do professor para assistir sua aula. Depois, redigia uma avaliação sobre a mesma. É claro que tal indivíduo era odiado pelos professores e temido pelos alunos.
No entanto, anos depois, não observamos um avanço significativo na educação dos brasileiros, o que comprova a ineficiência desta metodologia.
Voltemos à atualidade: o sistema de ensino evoluiu junto com os direitos humanos. Não vemos mais as cenas brutais de antigamente e a liberdade de expressão é praticada abertamente - em certos casos, em excesso. Além disso, a geração que hoje frequenta os primeiro grau está vivendo outra realidade, teve outro tratamento e, como era de se esperar, criou seu próprio padrão de comportamento.
Então, qual o problema? Se a nova geração tem acesso ilimitado às informações e goza de liberdade em seu dia a dia, porque não assimila melhor o conhecimento transmitido?
Creio que a solução requer três frentes:
- Existem bons e maus professores. É muito justo que o bom professor tenha seu trabalho valorizado, assim como é necessário que o professor com dificuldades seja devidamente acompanhado. Então, porque não trazer de volta a figura do inspetor, ou melhor ainda, instalar câmeras nas salas de aula - já que vivemos a era da tecnologia. Antes que levantem a mão para gritar pelo direito de privacidade, respondo que é um preço extremamente baixo para ajudar a melhorar a qualidade do ensino.
Garanto que o bom professor não se importaria de demonstrar seu excelente trabalho para quem quer que fosse. Além disso, os professores poderiam exibir aos pais o comportamento dos alunos nos conselhos de classe.
- O outro problema a ser combatido é a transmissão de conhecimento. Se, antigamente, era praticada a imposição, hoje os professores precisam despertar nos alunos o interesse pelo conteúdo. Concordo, é praticamente uma missão impossível, mas é a realidade. A nova geração tem um potencial que só é revelado quando buscam coisas de seu interesse. Neste ponto, é importante ressaltar a necessidade do professor estar motivado para lecionar a disciplina, e isso me leva à última frente.
- Valorização dos professores. Já tive aulas ótimas, com professores excepcionais. Adivinhe: todos eles amavam o que faziam e recebiam um bom salário. Aqui está o grande problema. O Estado não valoriza adequadamente estes profissionais e, além disso, polui o ambiente de ensino com política. A indicação dos diretores, por exemplo, costuma seguir esse padrão.
Acredito que uma forma de melhorar esse quadro é detalhar os indicadores de educação a ponto de atingir também os professores. Assim, eles estarão diretamente relacionados ao desempenho dos alunos em suas respectivas disciplinas. E se isso for utilizado como meritocracia, onde os professores receberiam mais à medida que seus alunos obtivessem notas melhores? Pode ser um caminho, não?
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